E pra te falar a verdade...



E pra te falar a verdade, eu pirei ao ouvir e lembrar das suas palavras naquela madrugada. Me rasguei por dentro e por fora, e eu senti dor, dor de me deixar desnorteada. Não conseguia nem raciocinar, por alguns instantes pensei que iria enlouquecer. Te juro.
E pra te falar a verdade, eu quis muito que você se tocasse que daquela forma você só me fazia sofrer demasiadamente. Eu quis te dar belos tapas na cara e jogar tua cabeça na parede escurecida do meu quarto, porque aquilo não se faz com ninguém, meu jovem. Eu quis que você sentisse na pele, mas nada, nada iria ser igual.
E pra te falar a verdade, eu me desfazia de tanto chorar a todo momento, eu me torturava com as nossas lembranças, nossas músicas, nosso mundo perdido. Eu tentava entender o que havia acontecido com o nós, jurado para sempre. Mas, eu sempre soube que o problema não estava comigo, de forma alguma.
E pra te falar a verdade, eu passei a ver que chorar não ia fazer nada mudar. Eu pedia desesperadamente para todo o inferno passar, tava pesado ao extremo. Eu evitava tocar no teu nome, ou me deixar lembrar que um dia eu fui sua.
E pra te falar a verdade, fiquei um bom tempo anestesiada, mas com tantas palavras sufocadas. Eu me sentia tão acuada, sabe? E pra te falar a verdade, não te desejei mal algum, apenas, que o destino fizesse o que tinha que ser feito. Eu não sou tão vingativa assim. Que tipo de pessoa eu seria?
E pra te falar a verdade, não foram as suas palavras que me ajudaram a sair do poço onde eu estava, foi a minha vontade de viver. Já estava na hora de parar com o drama. Já estava na hora de colocar um sorriso no rosto, escolher aquela roupa e aceitar os convites para sair. A vida passou por mim, e eu não poderia continuar sofrendo por uma pessoa, adiando momentos, chorando, me escondendo, dizendo não. Já estava na hora, meu caro.
E pra te falar a verdade, te escrevi trocentas cartas, só pra te fazer lembrar da nossa época juntos, pra de alguma forma, te mostrar que nós dois éramos um time completo, mesmo sendo só você e eu. As cartas que eu não te enviei, era uma forma de diminuir a minha dor, e pra abrir o jogo logo de uma vez: eu as rasguei, com lágrimas nos olhos.
E pra ser sincera contigo, eu quis muito que tudo isso fosse um pesadelo. Mas não foi. Todas as vezes em que eu sentia tua falta, eu lembrava das noites em que eu fiquei preocupada contigo, e nem sinal de vida você dava. Lembrei dos elogios de pós-término que pareceram golpes de misericórdia... (Isso tem sido suficiente) Para ser bem clara contigo, eu os detestei. Como não lembrar do balançar de cabeça acompanhado por lágrimas, e daquela linda frase: "Não tenho forças"...?
E pra te falar a verdade, fiquei por algum tempo sem chão, tentando achar uma justificativa convincente. Tentando buscar respostas para os "por quês" que ficaram... Hoje, ficaram as feridas.





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