Como se fosse a primeira vez
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Chegamos no nosso destino, e só pra constar, estávamos atrasados! Entramos correndo, escolhi onde sentaríamos, e pronto. Ainda me restava um pouquinho do nervosismo. "Sério, querida, quantas vezes você já fez isso?!". Ele chegou um pouco mais perto, colocou os braços para que eu pudesse me apoiar, e assim eu o fiz. Dava pra sentir o cheiro dele. Alguns minutos depois, e a adrenalina foi embora, nem percebi. Senti que naquele momento eu estava sendo eu mesma. Ele, assim como me afirmaram, era uma pessoa extremamente extrovertida, e isso fez toda a diferença. Ele segurou minha mão e a acariciou, eu fiquei sem saber o que fazer, há tanto tempo que isso não acontecia como, pareceu que eu tinha desaprendido a demonstrar carinho. Sem que eu notasse, nos beijamos, de uma forma tão natural, como se aquilo não estivesse no "script".
Ele, de certo, é muito carinhoso. Me fez querer retribuir isso, então, desenterrei o que ainda me restava de doçura, e eu tinha petrificado. Nossos olhos se cruzaram, e eu o beijei. Oh, céus. Nem nos meus melhores planejamentos poderia ter sido tão bom! Aquela sensação de plenitude tomou conta de mim. A hora passou, e eu nem percebi, nem me preocupei, a companhia estava, de fato, valendo a pena. Entramos no carro para voltarmos, ele ligou o som, e continuamos conversando. Raras foram as vezes em que eu me senti assim, tão à vontade, tão espontânea. Acho que foi em resposta a pessoa dele, que é tão singular, marcante e excêntrica. Chegamos aqui em casa, ele parou o carro, ele fez uma gracinha, rimos e ele me puxou carinhosamente pro beijo de despedida. "Ei, cê pode fazer isso de novo?!". Me desejou uma boa noite, e agradeceu pela companhia, acompanho por um "quando eu chegar em casa, te aviso". Dei um selinho nele, e disse tudo certo. Desci do carro e ele só foi embora quando entrei em casa.
E eu fiquei meio que sem acreditar, há tempos atrás eu estava congelada, sem vontade de nada. Parecia que aquilo estava totalmente retirado do meu mundo. Como se nunca fosse acontecer novamente. Mas, a noite foi tão agradável, que eu me senti uma adolescente, em seu primeiro encontro, em sua primeira saída com o seu paquerinha! Ele foi um fofo... correspondeu milimetricamente as minhas ansiedades, e só pra deixar registrado, quero bis! Essa noite foi de longe, a melhor dos últimos tempos. Fiquei uma boba, rindo sozinha dentro de casa como se fosse minha primeira vez...
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