Como se fosse a primeira vez


Ouça enquanto lê: 


Sete e dez da noite, e meu coração estava inquieto. Como se eu nunca tivesse feito isso! Era uma mistura de ansiedade com nervosismo. Acho que senti minhas pernas bambearem um pouco. Me arrumei com os olhos no relógio, eu, definitivamente não queria me atrasar. Ele me mandou uma mensagem dizendo que iria se atrasar, e que eu poderia me arrumar com calma. Respirei um pouco mais aliviada. Relaxei e terminei de fazer a maquiagem. Mas, a verdade é que eu estava ansiosa, muito ansiosa. Vinte minutos pras nove, quando ouvi o barulho do carro, "é, se atrasou mesmo". Fechei a porta de casa com o coração tomado pelo desejo que a noite fosse maravilhosa. Entrei no carro, e ele, com uma voz doce e gentil me deu boa noite, e beijou meu rosto, e eu dei um sorrisinho, e retribui o beijo. Ele foi tratando de justificar o atraso, acompanho por um "Vamos embora que a gente já tá atrasado". Ri, e coloquei o cinto. O papo dentro do carro foi descontraído, ele lembrou de coisas que eu tinha dito, e nem me lembrava mais.
Chegamos no nosso destino, e só pra constar, estávamos atrasados! Entramos correndo, escolhi onde sentaríamos, e pronto. Ainda me restava um pouquinho do nervosismo. "Sério, querida, quantas vezes você já fez isso?!". Ele chegou um pouco mais perto, colocou os braços para que eu pudesse me apoiar, e assim eu o fiz. Dava pra sentir o cheiro dele. Alguns minutos depois, e a adrenalina foi embora, nem percebi. Senti que naquele momento eu estava sendo eu mesma. Ele, assim como me afirmaram, era uma pessoa extremamente extrovertida, e isso fez toda a diferença. Ele segurou minha mão e a acariciou, eu fiquei sem saber o que fazer, há tanto tempo que isso não acontecia como, pareceu que eu tinha desaprendido a demonstrar carinho. Sem que eu notasse, nos beijamos, de uma forma tão natural, como se aquilo não estivesse no "script".
Ele, de certo, é muito carinhoso. Me fez querer retribuir isso, então, desenterrei o que ainda me restava de doçura, e eu tinha petrificado. Nossos olhos se cruzaram, e eu o beijei. Oh, céus. Nem nos meus melhores planejamentos poderia ter sido tão bom! Aquela sensação de plenitude tomou conta de mim. A hora passou, e eu nem percebi, nem me preocupei, a companhia estava, de fato, valendo a pena. Entramos no carro para voltarmos, ele ligou o som, e continuamos conversando. Raras foram as vezes em que eu me senti assim, tão à vontade, tão espontânea. Acho que foi em resposta a pessoa dele, que é tão singular, marcante e excêntrica. Chegamos aqui em casa, ele parou o carro, ele fez uma gracinha, rimos e ele me puxou carinhosamente pro beijo de despedida. "Ei, cê pode fazer isso de novo?!". Me desejou uma boa noite, e agradeceu pela companhia, acompanho por um "quando eu chegar em casa, te aviso". Dei um selinho nele, e disse tudo certo. Desci do carro e ele só foi embora quando entrei em casa.
E eu fiquei meio  que sem acreditar, há tempos atrás eu estava congelada, sem vontade de nada. Parecia que aquilo estava totalmente retirado do meu mundo. Como se nunca fosse acontecer novamente. Mas, a noite foi tão agradável, que eu me senti uma adolescente, em seu primeiro encontro, em sua primeira saída com o seu paquerinha! Ele foi um fofo... correspondeu milimetricamente as minhas ansiedades, e só pra deixar registrado, quero bis! Essa noite foi de longe, a melhor dos últimos tempos.  Fiquei uma boba, rindo sozinha dentro de casa como se fosse minha primeira vez...

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