Vestígios de uma noite agradável

Dizer que a ansiedade tomou conta de mim não é exagero algum. Senti que iria ser legal, mas tinha uma pontinha de incerteza. Até nos encontrarmos, pensei, repensei... quis desistir, desanimei. Mas aí, tudo foi se encaminhando, fui me dando certeza. Daí, ele deu sinal de vida e os risos foram o resultado de toda apreensão. Ele chegou de um jeito descontraído, e a sensação de que tudo seria legal fez com que meu coração se acalmasse. Poxa, senti uma ligação, sei lá, sabe quando você encontra uma pessoa e ele te passa um energia bacana? O papo é tão maneiro, você rir (rir bastante), os olhos se cruzam e dá pra sentir que a vibe tá topada! E acabou sendo muito mais do que eu tinha esperado. A forma como tudo sucedeu foi tão agradável. E daí que o vento estragou todo o meu cabelo? Nem percebi. A cadeia de assuntos me manteve entretida o suficiente. Fazia tanto tempo que isso não acontecia. Apreciei, e muito.

Seria mentira se eu dissesse que não estou super querendo o replay disso. Quero, oh, quero sim. Mas é que eu tô com medo. Medo, porque eu não sei o que me espera. Medo, porque eu não quero me entregar a tal ponto... Eu não quero me apegar. Eu não quero ter que deixar o meu conforto emocional. Fazer da preocupação um motivo para não dormir. Tirar o tempo que eu dedicaria a mim. Quero assim, do jeitinho que tudo tem sido. Não preciso de friozinho na barriga, vermelhidão no rosto, fogos de artifícios no meu céu, nem passarinhos cantarolando. Não quero magia alguma. Não quero ter o compromisso de me justificar por não ter atendido o celular. Não quero cobrar, nem receber cobranças. Eu não estou pronta, realmente, não estou pronta pra tanto.

Tenho que me adaptar ainda mais as mudanças que meu mundo passou. É, estamos quase lá. Assistir
filme só, nem é tão ruim assim, é? Por que querer remendar buracos de uma maneira tão forçada? Por que não viver o momento?