E quando a venda dos olhos cai...

Francamente? Eu estou tão cansada. Olho à minha volta e vejo pessoas tão cheias de nada. É tanta falsidade, falta de caráter, inveja, ganância... Pessoas que fingem ser o que não são. Pessoas que mentem. Nos iludem com promessas, e acabam nos deixando pra trás. Elas dizem que ficarão aqui, mas vão embora. Elas só nos querem enquanto formos úteis. É aquela tal questão da utilidade: "se você não for mais útil, tchau". Lobos vestidos em peles de cordeiros. É tanta hipocrisia. Até quando isso? Até quando as pessoas vão continuar nesse joguinho de faz de conta? Nos querem, mas de olhos bem abertos, observando e nos dando prazos de validade!

Pegam nossos sentimentos, nossa confiança, nossa amizade, nossas diversas relações, e jogam, jogam pela janela do prédio mais alto. Jogam pela descarga à fora. Elas te apunhalam, não só pelas costas, mas cara a cara, com um lindo sorriso nos lábios. E a gente fica aqui, lascado, perdido, sem rumo, sabe? E por mais que a gente tente separar o joio do trigo, a nossa plantação acaba infectada... Os bons acabam se corrompendo. É tão lamentável. Meu estômago fica embrulhado só de pensar.

Quem iria imaginar que aquela menina doce, meiga e delicada era uma leviana? Que aquele cara que transmitia verdades imutáveis em suas palavras, e certezas no olhar, iria um dia te decepcionar? Que aqueles dois que diziam "vou estar sempre aqui", iriam sumir quando você mais precisasse? Que o "eu tô torcendo por você", na verdade encobria o "quero mais é se lasque". É, a vida tem dessas coisas. Mas e aí o que a gente faz? Finge que tudo está bem? Paga com a mesma moeda? Desculpa, mas não consigo ser assim. Eu prefiro ir pra longe disso tudo. Penso que pessoas desses tipinhos não nos merecem por perto. Então, que elas colham o que plantaram, mas sozinhas, longe de nossas companhias.