Ela seguiu. Eu fiquei.

Ela tinha 16 anos, e eu 18, seu "primeiro" namorado. Ela tinha um jeito doce e meigo, cabeça dura, e apesar da pouca idade era madura, se comparada as outras meninas. Eu apreciava sua companhia e eu via que ela gostava realmente de mim, mas eu não sabia se eu também gostava dela. Admirava sua determinação. Me perguntava diversas vezes se eu merecia tanto. Eu era um idiota com 18 anos, que acreditava que podia tudo... largado, desajeitado emocionalmente. Maravilhado com o mundo do "posso". Eu sei, não deveria ter deixado acontecer. Mas eu acreditava que ela me ajudaria a colocar as coisas em ordem. Nunca fui de namorar sério, e não seria agora que iria querer levar algo adiante. Terminei, não foi um término. Ela acabou descobrindo o cara que eu era. Eu não deveria ter deixado as coisas irem adiante. Eu a magoei. Eu vi em seu olhar a dor da desilusão. Deixei pra lá, acreditei que com o passar do tempo eu iria esquecer, e ela também.
 O tempo passou. Fiquei com uma, duas... dez. Mas não, nenhuma me fazia sentir bem como ela fazia. Nenhuma me trazia paz. Sim, eu gostava dá sensação de conquistar, de ter quantas/quem eu quisesse. Mas no fim da noite eu ia dormir vazio. Eu acordava e não tinha mensagem de bom dia. Fui adiando os sentimentos, remarcando datas. Fui ignorando tudo. Até que eu percebi, percebi que fiz algo de ruim. Desde que terminamos não nos falamos mais, eu não queria e ela muito menos. Eu evitei mais sofrimento. Fui pra longe. Vivi um mundo tão incerto. E ela, será que ela ainda pensava em mim? Eu me lembrava das nossas risadas ao assistirmos Eu, a patroa e as crianças. Eu a queria... e não sabia se queria. Estava totalmente confuso mesmo anos depois.
 Nunca mais tive notícias dela. Até que um dia, a vi pessoalmente na rua, na porta da casa daquela amiga dela. Nossa, ela continuava do mesmo jeito (quero dizer, carinha de menina), cabelos longos, escuros, sorriso no rosto, pelo que eu vi ela estava vivendo bem.  Não quis que ela me visse. Minhas pernas ficaram sem forças. Eu não entendo porque, pra mim seria insignificante esse momento. Na realidade, queria ter coragem pra ir falar com ela, pra falar o que eu não falei quando ela me pegou aos beijos com aquela menina. Droga, consigo me lembrar dos seus olhos cheios de lágrimas. Quão idiota eu fui. Decepcionei ela!  Parti seu coração.
Dias depois, tomei coragem e pedi pra falar com ela. Eu todo alegre me empolguei com a resposta positiva. Caramba, depois de 4 anos, ela possivelmente ainda gostava de mim. Marcamos de nos ver no parquinho, onde sempre íamos nos domingos (tudo planejado). Tentei abraçá-la, e ela deu dois passos pra trás. Não entendi. Ela de braços cruzados me encarou. Poxa, ela tinha mudado, ela não era mais aquela menina doce, de 4 anos atrás, se tornou uma mulher. Olhei de relance para sua mão direita, nem pude acreditar, tinha uma aliança em seu dedo anelar. Fiquei de queixo caído. Ela seguiu sem mim. Seu casamento estava marcado pro fim do ano. Tive a certeza, a perdi, perdi de vez.  Eu já tinha perdido, mas só agora vi que não havia nada a fazer.

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