Bem-vinda à Universidade...

Sair da escola e ir direto pra faculdade era um dos meus maiores desejos. Ainda um pouco antes de me inscrever no ENEM, eu não tinha muita certeza do que queria ser quando "crescer"... Muitos diziam: "ah, faz medicina", "ah, faz engenharia", "faz direito mulher, vai ficar linda vestindo roupas sociais"... mas não, eu sabia que não tinha me dedicado tanto aos meus estudos, sempre gostei de estudar, mas não era aquela coisa absurda de ficar trancada no quarto durante horas devorando os livros. Matemática e eu nunca nos demos muito bem, quer dizer, depois da sétima série ela criou uma história de terror, na qual ela era o monstro devorador! Eu sabia também que medicina não era algo de se fazer por fazer, a pessoa deveria amar realmente aquilo, e eu sinceramente não saberia como agir ao ver pessoas morrendo perto de mim. E além do mais estudar algo pra poder ficar bonitinha em roupas sociais não tem nada a ver! Pensei mais um pouco, fiquei tentada a fazer relações públicas, eu gosto do contato com o público e tudo mais... Mas até que lembrei de como eu sempre gostei de inglês (minhas notas eram boas), e por que não juntar o útil ao agradável?! Pois bem, minha nota chegou e como já podia prever não fui tão bem assim, selecionei letras - inglês, mas só deu pra espanhol. Fiquei desolada. Me senti tão impotente. Tão pra baixo. Vi muitos colegas meus comemorando por terem conseguido entrar em seus cursos, e eu não.
Como consolação me inscrevi em uma faculdade particular, mas não, não era isso que eu queria. Me senti tão pior! E toda vez que eu pegava o bendito ônibus e via que eu ia descer no ponto e os outros iriam seguir caminho rumo à Federal me sentia pior... O primeiro contato com um Centro Universitário não foi lá essas coisas, até porque não era ali que eu queria estar, não me senti enquadrada lá. Mas as coisas tinham o ar de seriedade. Eu me assustei com a liberdade recebida no mundo acadêmico, logo eu que sempre fui ensinada a sair da sala apenas quando o professor desse permissão. Logo eu que nunca ousei em chamar o professor pelo nome. Mesmo sofrendo mensalmente ao ver meu dinheiro indo embora em algo que eu nem queria tanto eu vi que amadureci. Foram meses angustiantes, mas também foram meses de aprendizagem. Até que em um belo dia, finalmente, a tão esperada lista de chamadas saiu, e eu só faltei ter um ataque do coração. Eu gritei enlouquecidamente!
Em minha primeira vez na  tão sonhada Faculdade (universidade), senti-me num sonho. Lembrei de quando minha mãe e eu sonhávamos juntas com aquele momento, enchi meus olhos de lágrimas e respirei fundo. Ah, o friozinho na barriga. O gelar das mãos. A ansiedade tomou conta de cada partezinha de mim. Eu tinha conseguido. A primeira parte do nosso sonho tinha se realizado. Sabe, foi tudo tão diferente do que eu vivi meses atrás, na particular. A grande maioria dos professores eram pomposos, ostentavam e ostentam seus Pós-doutorados, e eu "maravilhadamente", babei e continuo babando. Me vi desprotegida, tão exposta, era tudo tão diferente da escola, eu estava ali sem as grades que me prendiam. Sem as mesmas pessoas de 8 anos por lá. Tudo bem, temos lá muitos e muitos problemas estruturais. Temos sim aquela profunda tensão no fim de cada semestre, mas sabe, se fosse fácil seria chamado de macarrão instantâneo e não Vida Acadêmica. E todos os dias, durante a minha longa caminhada até o ponto de ônibus ao passar por cada bloco, me sinto extremamente contente e agradecida! E eu só quero pedir que eu aproveite intensamente cada oportunidade que me apareça, e que eu acima de tudo me esforce e adquira o máximo de conhecimento necessário.
Que bom, que feliz. Ângela, a universitária. Sim, eu tenho muito e muito orgulho disso. Sei que nem era o curso que meus familiares sonhavam pra mim, mas, estou fazendo o que eu gosto. Longe de mim fazer algo que nem é do meu agrado pra ser um profissional frustrado. E que venham mais semestres, e que venham muitos e muitos textos para serem lidos, escritos e digitados, pois era assim mesmo que eu sonhava quando eu tinha apenas 11 anos de idade. UFAL COM EMOÇÃO! Are you ready?!

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