Jovem rapaz, não suma assim.

"Era só mais um sorriso. Era só mais um olhar". Ops, não foi assim que meu cérebro processou. Tinha um brilho diferente. Tinha um mistério envolvido. Eu não sabia seu nome e nem de onde tinha surgido. Tentei disfarçar. Eram olhos que se destacavam, não pela cor ou tamanho, mas pelo desconhecido que havia a cada piscada. Era um sorriso fácil, com gosto de diferente. Seus lábios se destacavam, não por sua possível maciez, mas pelo sabor do não tocado. Prestei atenção em seus leves cachos negros. Abri um pouco mais os meus olhos, tentei reconhecê-lo de algum lugar, mas não, eu nunca tinha visto antes. Seu jeito calado e sério me fez sentir curiosidade. Seu cheiro era até o primeiro momento anônimo. Eu poderia ficar ali observando cada detalhe. Me senti leve. Me senti boba. Me senti apaixonada. Toda essa situação me fez lembrar de quando eu tinha 14 anos. Ele tava próximo. Pasmei. Seu semblante me fez querer chegar um pouco mais perto. Recuei. Vi que não estava pronta ou do contrário congelaria bem na sua frente.Voltei ao meu lugar. Era peculiar, intrínseco, inerente e singular. Em dois segundos, nos imaginei numa sala aconchegante, numa noite estrelada, segurando taças de Château Lfite 1787, sendo as velas a nossa iluminação, acompanhados por Cullum ao fundo. "Licença, moça. Essa cadeira está ocupada?", daí percebi que eu tinha fechado os olhos e adormecido, e ele tinha sumido, numa forte chuva de uma sexta-feira à noite.

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